Ivan Bezerra Neto, diretor executivo da TBM
Se eu tivesse que resumir as tendências do setor têxtil para 2025 em apenas duas palavras, seriam: tecnologia e sustentabilidade. As indústrias vêm intensificando investimentos em maquinários de última geração e na adoção de soluções para mitigar o impacto ambiental do descarte têxtil. Afinal, sustentabilidade deixou de ser um diferencial competitivo e passou a ser uma necessidade.
O comportamento do consumidor também mudou e influencia diretamente toda a cadeia produtiva. Muitos preferem comprar uma peça de roupa barata importada a investir em um produto nacional de maior valor agregado, mesmo que essa última demonstre maior durabilidade. Essa realidade impõe desafios para a indústria brasileira, que precisa equilibrar qualidade, inovação e competitividade de preço diante de um mercado global cada vez mais agressivo. A busca por eficiência operacional e materiais sustentáveis é essencial para a sobrevivência do setor.
Ainda assim, o Brasil tem uma vantagem inquestionável. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), possuímos a maior cadeia têxtil completa do Ocidente. Isso significa que, apesar da forte concorrência asiática, muitas por aqui ainda conseguem se destacar pela excelência técnica, capacidade de customização e agilidade logística. Temos know-how, infraestrutura e capacidade produtiva para competir. O desafio é transformar essas vantagens em um diferencial competitivo real.
A TBM Têxtil, por exemplo, é um case de sucesso. Há mais de 50 anos, nos consolidamos como referência na produção de fios diferenciados, aliando tradição e tecnologia para atender às mais exigentes demandas do setor. Com uma visão estratégica voltada à pesquisa e desenvolvimento, mostramos como inovação e qualidade podem coexistir e impulsionar a competitividade nesse ramo.
O ano de 2025 será um ano muito importante para nosso setor. Quem souber investir nos pilares certos terá condições de se fortalecer e expandir, mesmo diante de um mercado desafiador. O setor está em transformação, e aqueles que enxergarem oportunidades sairão na frente.
– Artigo na íntegra no DN: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/opiniao/colaboradores/setor-textil-o-que-esperar-1.3617622